quinta-feira, agosto 31

ritmos do existir

A felicidade não é uma permanência, são pequenos nadas, aos quais se tem que estar atento,,,e inspirá-los em profundidade, ( com a quietude de um horizonte a sorrir ao vento)…

In “ apontamentos para um manual da serenidade” ou como a expiração (fragmentos filtrados da felicidade) deve ser rápida e desatenta,
ou como uma
e
outra ( felicidade e infelicidade) se desconjuntam no existir, mas que nos respiram Sempre!

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serviço noticioso:

o panhaço de D. quixote actualizou o seu espaço com um pontapé na bola

terça-feira, agosto 29

nem nuvem, nem chuva ( ou, as inconclusões de um eu,,,desencontrado)

ah,
se eu pudesse beber uma nuvem,
passeava-me
nas ruas,
como se fosse o próprio universo,
inteiro-de-autoridade,
(numa quase vaidade)
de ser um ponto sem fim
a andar sem sentido,
para qualquer lado
( distraído?)
por ainda não ter chovido,
(razão por ter nascido,
assim,
inacabado
…)

segunda-feira, agosto 28

brilhos de pó

O pó da Lua entrou-me no Olhar,
e
ali ficou ( a pastorar
e
a enganar-se nos sonhos
D’um menino
que imaginava histórias
com todos os segredos
das árvores
e
das gaivotas,

assim,,, Todos juntos,
misturados,
numa amálgama
de nuvens pintadas de Ísis,
e
a sorrir
como O pintor-de-Arlequins
quando se olhava ao espelho
e
Só via,
Cor

e
Arco-íris
quebrados
na tela
Em forma de quadrados
…)

sexta-feira, agosto 25

sons da terra, do céu,,, de poesia

Fechei livro de poesia,
(que lia)
e
fiquei a ouvir o céu a trovoar,,,trovas, de luz, de uma noite sem luar…

nota a quem anda distraído: Aqui e ali necessito de um tipologia de pontuação ortográfica que não existe na linguagem escrita. Ultimamente tenho precisado de "algo" parecido com reticências, mas que diferem delas porque são uma pausa prolongada, e seguem caminho definido.
São as virguliticências (,,,). As reticências, são algo que termina numa indefinição ou que dá liberdade de reencontrar outros sentidos, As virguliticências, não! São mais prolongadas que a virgula simples, Tornam-se complexas porque dão tempo a que o tempo se instale no sentir e baralhe tudo com a sua presença.
Há tempos precisei de arranjar um ponto de admiração, para desenhar o sentir-dos-olhos-que-saltam-para-diante-quando-se-maravilham com-o-VER , e para o diferenciar do ponto de exclamação (!), à falta de outro, virei-o ao contrário (i)

quinta-feira, agosto 24

o choro do mar, (des)salgado em estilhaços

O mar entornou-se em silêncios,,, De repente,
Sem marulhos,
Ventos,
Velas
Ou
Mastros.
Só azul, céu e horizontes ( muitos,,,em linha única,,,qual retrato do Eu de uma criança), como se quisesse, não molhar as areias, estilhaçadas de alabastros...

quarta-feira, agosto 23

dias, à noite,,, de mim,,, de lua

Ilumina-me,
escura na noite
(entre janelas,
fechadas)
a Lua…
Insónia de ventos
sem luz de rua…
Deito-me

(cheio de mim)...
Fuga
fugaz
(de um dia que não vem)
na proa de uma falua
que se desfaz
em nuvem...

terça-feira, agosto 22

cor-de-mar

O mar ofereceu-me uma estrela,,,pousei-a na mão para lhe sentir o desenho,
depois, ( envolvida em história) lancei-a,
de novo,
no Mar.

Não voltei a vê-la…

Recordo-a,,,ou na história ( que me reconto em (des)novelo ),,,ou no desenho que me ficou em mão(tenho uma estela gravada na mão,,, dedo-a-dedo…)
Enlouqueço na cor, por não saber com que azul se pinta o mar,
( mais vale não o pintar
e
deixa-lo, tal qual,,,cor-de-mar
…)

segunda-feira, agosto 21

navegações

Deitei-me na Terra, fecundo de silêncios,,,por instantes senti-lhe o movimento, como se lhe pertencesse, qual barco navegante pelo Universo,,,errante…

quinta-feira, agosto 10

repetir palavras,,,não importa

Julgo já ter escrito sobre este estado (d'alma) de me ser livre na ausência de mim, Pouco importa, isto que desenho é caminho de descoberta, onde vezes muitas é imperioso revisitar espaços e passos.
Tenho andado por aí.
Assim mesmo,
tal qual,
por aí,
livre de me ser sem me sentir por dentro, de me questionar, de me sentir, de me formar, livre de mim
e
existir-me só por fora, De olhos fechados, No escuro de um Eu que se impõe em sentires.
Cansa sentir.
Esgota sentir, Sentir é um furacão que nos suga num vai-vem que dói, que magoa, que enaltece, que sorri, que nos comunica com o Mundo,com a fantasia, com o tempo
e
o destempo, Por isso me liberto ritualmente de mim, como quem esvazia um saco
e
o dobra
e
arruma, Ando por aí sem escrita nem poesia, só o desenho me arrasta no pó, Debruço-me a cada passo
e
guardo as pequenas pedras coloridas que o mar me oferece, redondas, lisas
e
vou, preso no horizonte, sem olhares, É saborosa esta ausência no destempo, é uma espécie de não existir no Eu, Sorrio no nada, de nada, livre de não me saber, livre de me perder sem labirintos, Como no deserto, Perdido sem labirintos, Perdido no espaço, De ser apenas um ponto de espaço, um grão de areia do deserto.
Ah, como sabe bem ir por aí…

porque a tranformação não tem nome, nem hora

Primeiro, pensei, com a sinceridade do instante que era o Fim, de um olhar, de um caminho, mas ( no final) o caminho não o tem, (Como um fio...