terça-feira, julho 25

in tempo

Hoje,
as ondas não eram mar…
Ondulavam, brancas,
não
de espuma,
nem
de sal,
mas
de gaivotas,
sinal de devotas
em delonga de destinos
(Em)laçados,,, (Em)temporal

segunda-feira, julho 24

estética(s)

Juntei palavras, Para escrever uma carta.
Não,
carta não, Um tratado sobre estética, Estética do Amor,
cousa só para mim,,, cousa cientifica, precisa, geométrica (mas sem geometrias! Nada de geometrias que desaguçam o sentir, em estiletes finos de rectas perdidas no quadrado de mim!). Tratado sem serventia, Afundar no cálculo ou ciência cousas de estética, é desastre de poeta,
diria mesmo,
sem ponta de duvida,,, de poeta frustrado de não ser cientista,,,nem poeta. Mas juntei-as em forma de rio ( ou mar? ),,,( d'água! portanto,,,Imagine-se lá ( nem lá nem cá!) geometrias, quando se forma em palavras,,,um rio? Nem louco!)
Penso ( não dizia que é cousa de ciência?) não ser possível cuidar de estética de Amor, sem começar,,,sem começar por olhar e desenhar, estética outra, A Estética de Vida. Por isso um rio, por isso,,, no antes de dissertar (dissecar) a estética ( qualquer que seja), é urgente entender os caminhos DA Vida e sentir a plenitude da beleza ( não há estética sem ela, muito menos a do amor…
Dei-me conta,
no instante em que as palavras se espraiaram que isto de escrever um tratado é tarefa longa (daí a ciência) e que esta estética, que procuro fixar, na beleza do sentir, não é tarefa só para o olhar, é preciso Conhecer!
Assim, antes do mais e de qualquer introdução, prefácio ou cousa outra, vou por aí,,,CONHECER!

sexta-feira, julho 21

o abutre

sentou-se no horizonte, um navio, enorme, a rasgar o céu, pesado de fumos e de vermelhos-cinza,
a fingir que se movia…
não vinha
não ia
ali estava…
abutre de sonhos…

segunda-feira, julho 17

impulsos

quando saltei do dia, estava longe de imaginar, que acto tão instintivo, iria provocar um corte na rotina. na minha rotina. no hábito de desnudar palavras. era ainda cedo para ir. mas fui. por impulso. irreflectido. assim, zás!!!
não sei quando volto. isto de ir com impulsos tem destas cousas,,,nunca sabemos quando nos equilibramos no horizonte.
prometo ser breve ( este prometo, tem de facto convicção, mas vá la saber-se o que esconde a vontade insana de me mandriar nos pensamentos e de os escrever no ar,,,nas nuvens...).
até já ( é a única verdade que me autorizo a dizer, no agora!)

sexta-feira, julho 14

invasões


o verde invadiu o vazio (espaço desocupado, entre a alma e o horizonte), Preencheu, autoritário o desenho, impedindo-o de ser "seara de orquídias-borboleta-em-fim-de-tarde". Só o voo resistiu na serenidade do caminho...

quinta-feira, julho 13

a giz ( porque se sopra )

Sou pintor de esquissos ( sombras?) que disfarço de azuis...

In “ apontamentos para um manual de serenidade”, ou como,,, por vezes basta um esboço para reinventar os instantes, ou como,,, devemos estar atentos para nos maravilharmos com o instante em que o esboço toma vida…

quarta-feira, julho 12

saltar o dia

Deixei o dia a meio, como quem salta de um comboio antes do movimento (des)existir…
Incomoda-me a certeza ( e a inquietude) do dia se transformar em tempo, Um dia que se permite invadir pelo tempo, é um dia que se perdeu no desenho da memoria e do sentir…
Por isso, saltei ( inteiro,,, é a minha forma de ir,,, todo em desequilíbrio para diante…) e vivi-me nos instantes (des)acontecidos, como quem fantasia-futuros,,, esquecido das noites…

terça-feira, julho 11

sementeiras de angustia, em noite-prata

Per (corro)
o labirinto-do-horizonte, nos desequilíbrios da lua,

ante
pé,
no espelho-ponte
de uma noite,
nua…
Caminho-sem-sono,
( sonho?)
na linha escura
da corda d’aço
que semeia a terra
no-som-de-uma-guitarra…
( fantazia,,,
minha,
na noite
longa
em que me desfaço
gota
a
gota
no espaço.)

segunda-feira, julho 10

na certeza,,,de ser, assim...

Perdi,
(distraído?)
“a-procura-de-mim”…
(Ficou,
na
incerteza,,,
por aí…)
Olhava
(esquecido?)
um gira-sol-arlequim
que passeava no sonho
de ser dançarino,
cavalo-alado,
(peregrino?)
levando no dorso,
um menino…
[Foi
na certeza,,,
desta forma,
informe
(infantil?)
que me perdi
na procura de mim…]

sexta-feira, julho 7

a cor de um nada que se pintou

( fotografia de Patrícia Sucena Almeida )


Escrevo vezes várias, que “não sei palavras”, apenas imagens que me entram no olhar
e
se transformam, oníricas de mim, Convivo com esta incerteza de “não saber cor ( das palavras )”

afinal,
sonho,
é só "sentires",
Mas no hoje, que me caiu desengonçado no caminho de me ser, construí, divertido uma montanha com nuvens-petala, como quem desenha um castelo, Alta, Intransponível, Quase no Sol,

Nas ameias,

espreitava entre sorrisos, uma bailarina multicolor, ínfima, quase ponto, quase nada, Formiga de castelo, sopro de borboleta,
e
no entanto, não foi a montanha, alta de sol, nem o castelo de fantasia que me ficou nas palavras, foi Ela, minúscula gota de arco íris que dançava divertida, qual folha perdida de um Outono sem futuros, que permaneceu na retina, quase sonho de um nada que se pintou!

quinta-feira, julho 6

(in) confidências

O sol parou,
(ansioso)
confuso
de querer ser,
Mar
e
passear-se em vaidades-azuis…
(disse-me,
baixinho, quase vento)
“Estou cansado de ser dia!”
“Queria…”
(disse,
ele)
“sentir o prazer
de ser
água
límpida,
transparente,
diluída
na pele-do-mar,
Ser,
sal,
pedra-cristal ,
(alva-de-onda-erguida-do-mar)…

“estou cansado…”
(disse
ele
a murmurar),

“…de ter que me esconder,
pendurado no ar
a
evaporar sem destino...”

quarta-feira, julho 5

( in) visibilidades

Ah, fosse eu

carne,
sangue,
concreto e definido*
e
seria cousa outra...

(Estátua
(in) sensível
que vagueia
sozinha
(in) visível…)

* provavelmente, sangue oriundo da "Pedra filosofal "de Gedeão e que me ficou no som das palavras e do dizer, escondido na imagem que me brinca na memória...

terça-feira, julho 4

tumultos de mim

Mergulho,
(marujo)
no marulho
do céu,
qual sussurro
de mar
que se espreguiça a voar,

a voar...

(encoberto
num véu,
cinzento-de-destinos,
em labirinto sem muro,

qual capa-negra-a-chorar
dentro de mim...)

segunda-feira, julho 3

de TI, para mim

descobri,
em mim
(de mim?)
um homem-alado,
estava ali
abraçado-a-TI
calado!
(pedaço d’alma
que passeia no silêncio
a meu lado...)

porque a tranformação não tem nome, nem hora

Primeiro, pensei, com a sinceridade do instante que era o Fim, de um olhar, de um caminho, mas ( no final) o caminho não o tem, (Como um fio...