sexta-feira, julho 7

a cor de um nada que se pintou

( fotografia de Patrícia Sucena Almeida )


Escrevo vezes várias, que “não sei palavras”, apenas imagens que me entram no olhar
e
se transformam, oníricas de mim, Convivo com esta incerteza de “não saber cor ( das palavras )”

afinal,
sonho,
é só "sentires",
Mas no hoje, que me caiu desengonçado no caminho de me ser, construí, divertido uma montanha com nuvens-petala, como quem desenha um castelo, Alta, Intransponível, Quase no Sol,

Nas ameias,

espreitava entre sorrisos, uma bailarina multicolor, ínfima, quase ponto, quase nada, Formiga de castelo, sopro de borboleta,
e
no entanto, não foi a montanha, alta de sol, nem o castelo de fantasia que me ficou nas palavras, foi Ela, minúscula gota de arco íris que dançava divertida, qual folha perdida de um Outono sem futuros, que permaneceu na retina, quase sonho de um nada que se pintou!

2 comentários:

Menina Marota disse...

"O decifrador de imagens
persegue um fantasma de vestígios
como Ulisses amarrado
ao querer do conhecer

A descoberta é invenção provisória:
as vozes não se vêem
o que se vê não se ouve

A imaginação
ergue-se do arrepio da sombra
guerrilha entre parênteses
ergue-se da constante chacina
procurando outra coisa
outra causa
o outro lado do ver"

(Ana Hatherly in "O decifrador de imagens")

Um abraço e bom fim de semana ;)

almaro disse...

menina marota: eu, gostava de ser provocador de imagens ( ou de sonhos, ou de tempos, ou de futuros...) ( ups, como estou a ser guloso!)

porque a tranformação não tem nome, nem hora

Primeiro, pensei, com a sinceridade do instante que era o Fim, de um olhar, de um caminho, mas ( no final) o caminho não o tem, (Como um fio...