respirei,
dia-todo,
melodia de guitarra que penetrou na alma, como quem se esconde-do-mundo…(não deve existir poesia mais suave do que aquela que se sente sem letras nem palavras e se entranha em respirares, num sonho que nos acalma e nos acorda em alentos ternos, como afagos de amor que se desenham lentos em passeares de mão-de-mãe-sobre-a-cabeça-de-filho-enroscado-em-regaço, protegido)
respirei
dia-todo,
melodia de guitarra que me abraçou em versos que não sei…
parecia sussurros de papoilas-entre-searas-ao-vento em quadro que não pintei ( isto de não ter cor de guitarra é cousa que não se perdoa a ninguém…)
não sou artista, nem poeta, nem cousa alguma, sou desenhador de sentires que em acasos brinca com o lápis de cor em forma de "olhar"
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