Julgo já ter escrito sobre este estado (d'alma) de me ser livre na ausência de mim, Pouco importa, isto que desenho é caminho de descoberta, onde vezes muitas é imperioso revisitar espaços e passos.
Tenho andado por aí.
Assim mesmo,
tal qual,
por aí,
livre de me ser sem me sentir por dentro, de me questionar, de me sentir, de me formar, livre de mim
e
existir-me só por fora, De olhos fechados, No escuro de um Eu que se impõe em sentires.
Cansa sentir.
Esgota sentir, Sentir é um furacão que nos suga num vai-vem que dói, que magoa, que enaltece, que sorri, que nos comunica com o Mundo,com a fantasia, com o tempo
e
o destempo, Por isso me liberto ritualmente de mim, como quem esvazia um saco
e
o dobra
e
arruma, Ando por aí sem escrita nem poesia, só o desenho me arrasta no pó, Debruço-me a cada passo
e
guardo as pequenas pedras coloridas que o mar me oferece, redondas, lisas
e
vou, preso no horizonte, sem olhares, É saborosa esta ausência no destempo, é uma espécie de não existir no Eu, Sorrio no nada, de nada, livre de não me saber, livre de me perder sem labirintos, Como no deserto, Perdido sem labirintos, Perdido no espaço, De ser apenas um ponto de espaço, um grão de areia do deserto.
Ah, como sabe bem ir por aí…
não sou artista, nem poeta, nem cousa alguma, sou desenhador de sentires que em acasos brinca com o lápis de cor em forma de "olhar"
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7 comentários:
gostei desse estado de alma..."ah como sabe bem ir por aí"......
o teu des.tempo ... des.sentir...
jocas maradas de palavras
**
BShell, Sempre.
desalmado (?)
su: diria que é uma saída do destempo, do espaço onde me habita o Eu, é como que por a fantasia a dormir, numa hibernação de ausência.
blueshel: estou de volta
seilá: gosto do desalmado. é quase. só o não é porque o malandro ganhou o hábito de dormir de olhos abertos...eheehheh
gostei bastante! também me acontece, como agora aconteceu, mas forçadamente. sobra só mesmo o vazio obrigatorio para retemperar o corpo das emoções. sem desenho que não sei desenhar :)
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