segunda-feira, outubro 2

o jardineiro da noite

Cruzei-me com um jardineiro,,,varria palavras, uma-a-uma para a terra, com o cuidado todo de quem acaricia (semeia?) uma flor.

Disse-me em surdina que

“…plantava histórias. Que o seu jardim estava a transbordar de histórias, em vapores de poemas. Que era ,,,( o seu jardim), uma floresta que só os pássaros e as borboletas ouviam.”

Disse-me ( ainda) em segredos que

“…passava a noite a esculpir palavras-semente”

e que andava na ideia,

“…de esculpir a mais maravilhosa das sementes”

mas que

“…só lhe sabia ( ainda) o Nome!"

Chamava-se,

“…Humanidade”,

disse ele,,,
mas que (ainda) não sabia

“…qual a forma que haveria de lhe dar. Um pequeno nada e deitava tudo a perder"

podiam os pássaros,,,no desleixo dele

…deixar de cantar
e,,,
enlouquecer…"

3 comentários:

Maria Alfacinha disse...

Li este texto ontem, quando cheguei a casa. Fui debruçar-me sobre os meus canteiros como se o "teu" jardineiro por ali tivesse passado. Acho que deixei cair na terra algumas sementes de sorrisos pois cresceu-me um enorme no rosto que ainda não consegui fechar...

Beijo grande

almaro disse...

maria alfacinha: como gosto,,,desse sorriso,,,semente...(quase musica, quase canto,,,suave,,,certamente...)

almaro disse...

nani: mas esse, é outro jardineiro, talvez por isso este ( que não meu)ande tão preocupado e indeciso,,,talvez um dia ouse esculpir semente que afinal ainda só tem nome...

porque a tranformação não tem nome, nem hora

Primeiro, pensei, com a sinceridade do instante que era o Fim, de um olhar, de um caminho, mas ( no final) o caminho não o tem, (Como um fio...