terça-feira, abril 3

Fui invadido por um nevoeiro de palavras.
Brancas.
Opacas, iguais.
Preso no labirinto de não me ser novo,,,(Sonho nocturno da angustia de ser tempo gasto, morto nas voltas de um Tempo espesso. Parado. Estrela escondida no eclipse da alma. )
Paro!
Apenas respiro, como quem procura odores, ou cores. Tudo o mais é branco. Negro (?). Tanto Faz. É igual a monotonia das palavras que se transformam num som repetido, lento. Morto.
Fujo!
De mim (?)
Não sei. Não me vejo, neste nevoeiro, branco que me fere o sentir.
Olho o muro, (labirinto?) cheio de palavras. Todas as palavras. Empacotadas em papel pardo. Iguais. (Mutação de Kafka ?). As palavras iguais, são moscas. Zumbem um som de morte. Branco? Negro? Denso? Baço!
Confundo o muro com o horizonte! Estou perdido, no eu e nas palavras. Desconheço-me! Desencontro-te!
Respiro. Ainda. Na lentidão de quem se perde no labirinto de si!
Até as asas são de palavras de papel. Iguais a todas as asas de papel, desenhadas na ilusão de voarem na imaginação.
Passeio na silhueta do sol. Na intensidade do vazio que cega, sem sombras, sem Negros. Vazio! De palavras.
Só o novo se sente, tudo o resto é impulso, é respirar!
Vou!
Mais uma vez,
decido de vez!
Vou na incerteza de encontrar a palavra que voa, sem papel, no sentir, longe da imaginação!
Ah isto de ser lagarta a enrolar-se em teia de aranha, é cousa para que não nasci!
Vou, para o longe de mim.
Agora!
Já!
(antes que me encasule…)


Não sei quando volto. Se volto. Pouco importa. Não há porta, nem janela.

Adeus, almaro…


Desde que nasci, que ando curioso de saber como se escreve a Palavra FIM.
Afinal tem três letras, e um ponto. O ponto é maior que a palavra, porque esse é FINAL!


Será esta a sensação da morte??? Livre de mim??????

3 comentários:

md disse...

caro almaro, pelo meio de todas estas palavras e teias, encontro um poeta, com tudo o que o vocábulo trás de implícito... gostei de muito de tudo o que li. marta

STAR disse...

Quis o acaso, que viesse aqui parar...
Também a mim me apetece conhecer a palavra FIM...

Duarte disse...

E por fim, revisito uma morada final que disserta na finitude risível de uma nebulosa que tudo sorve e apaga, sobejando o branco das letras desnudadas do negro de antes vestidas...

porque a tranformação não tem nome, nem hora

Primeiro, pensei, com a sinceridade do instante que era o Fim, de um olhar, de um caminho, mas ( no final) o caminho não o tem, (Como um fio...