domingo, abril 29

porque a tranformação não tem nome, nem hora

Primeiro, pensei, com a sinceridade do instante que era o Fim, de um olhar, de um caminho, mas ( no final) o caminho não o tem, (Como um fio de teia ( de aranha ou de homem), mesmo quebrada, prende).
O horizonte, essa linha indefenida que desenha sonhos, permanece, e o que surgiu de um "Almaro" cansado de se equivocar nos eus, foi um Jeremias, meio palhaço, meio nada, transmutado no caminho, mas sem se enganar com o que via ( sentia),pois o que levava no olhos, era o ir.
Assim, quase do nada, mas carregando o horizonte, tropecei em JEREMIAS.

terça-feira, abril 3

Fui invadido por um nevoeiro de palavras.
Brancas.
Opacas, iguais.
Preso no labirinto de não me ser novo,,,(Sonho nocturno da angustia de ser tempo gasto, morto nas voltas de um Tempo espesso. Parado. Estrela escondida no eclipse da alma. )
Paro!
Apenas respiro, como quem procura odores, ou cores. Tudo o mais é branco. Negro (?). Tanto Faz. É igual a monotonia das palavras que se transformam num som repetido, lento. Morto.
Fujo!
De mim (?)
Não sei. Não me vejo, neste nevoeiro, branco que me fere o sentir.
Olho o muro, (labirinto?) cheio de palavras. Todas as palavras. Empacotadas em papel pardo. Iguais. (Mutação de Kafka ?). As palavras iguais, são moscas. Zumbem um som de morte. Branco? Negro? Denso? Baço!
Confundo o muro com o horizonte! Estou perdido, no eu e nas palavras. Desconheço-me! Desencontro-te!
Respiro. Ainda. Na lentidão de quem se perde no labirinto de si!
Até as asas são de palavras de papel. Iguais a todas as asas de papel, desenhadas na ilusão de voarem na imaginação.
Passeio na silhueta do sol. Na intensidade do vazio que cega, sem sombras, sem Negros. Vazio! De palavras.
Só o novo se sente, tudo o resto é impulso, é respirar!
Vou!
Mais uma vez,
decido de vez!
Vou na incerteza de encontrar a palavra que voa, sem papel, no sentir, longe da imaginação!
Ah isto de ser lagarta a enrolar-se em teia de aranha, é cousa para que não nasci!
Vou, para o longe de mim.
Agora!
Já!
(antes que me encasule…)


Não sei quando volto. Se volto. Pouco importa. Não há porta, nem janela.

Adeus, almaro…


Desde que nasci, que ando curioso de saber como se escreve a Palavra FIM.
Afinal tem três letras, e um ponto. O ponto é maior que a palavra, porque esse é FINAL!


Será esta a sensação da morte??? Livre de mim??????

That Old Devil

Chegado a casa, no fim de um dia sem história, em cima da minha mesa de estudos, estava um embrulho, pacatamente pousado, como quem espera um afecto ou um afago.
Adivinhava-lhe o conteúdo, por isso olhei-o com ternura, expectativa e emoção.
Ali pousado na serenidade de um tempo que parou, estava o fruto de uma experiência de amizade.
Antes de o abrir, como quem precisa de um cigarro, coloquei em som de fundo um cd. Dessa "caixinha de musica" ( afinal tudo começa com uma caixinha...) evoluiu uma voz serena, que “melodiava” afectos. Foi essa voz, não da Billie Holiday, mas de uma outra mulher inconformada que lançou os laços de uma aventura escrita “That old devil“.
Recordo o carinho e a emoção, como fomos cada um de nós, lendo e relendo cada capitulo desta nossa aventura.
Lembro com angustia o desaparecimento da mãe de todo este envolvimento;
Lembro o sorriso que me fugiu quando dois anos depois, inconformada ainda, reapareceu a voz e a mulher que num determinado momento das nossas vidas foi nossa maestro;

Não é certamente uma obra literária, pois o que nos uniu, não foi necessariamente a escrita, foi o facto de não nos conhecermos e apesar disso nos sentirmos amigos de cada um que deixou a sua história escondida na história do “old devil”.
Hoje os tempos são outros. O almaro que participou nesta aventura morreu, cansado de sombras, cansado de correr atrás das suas cores. Outros que participaram na história há muito que se esconderam ou noutras personagens ou em personagem nenhuma.
Fica para a nossa própria história, este pequeno livro, fecundado por um amor estranho, sem nome, que nos uniu a todos num determinado instante das nossas vidas…
Um beijo sem tamanho para ti Inconformada, que tiveste a magia de seres inteira nesta aventura…

segunda-feira, março 26

Nos passos que fundo na terra, oiço sussurros que me olham ( divertidos?)

Tenho no jardim arvore estranha ( sonhadora?).
dá frutos em forma de pássaro e é bizarra no falar ( não assobia escondida no vento, como todas as outras que falam,
gesticula com cores que esconde nos verdes e nas sombras...)

sexta-feira, março 23

Hoje ando a passear os pássaros,,,andam por aí sem trela a saborear o sol e os azuis ( divertidos-de-amar) ,
Ah, como é difícil segui-los no voar, entre as asas de uma andorinha…

quinta-feira, março 22

receituario para um esboço de sorriso

Pequei em sete folhas caídas ( sete!
com veias de rios secos. dormiam no chão, mortas de cansaço e de verdes
). triturei-as em pó (poeira d’arvore…
plátanos? castanheiros
?).
juntei água e moldei tudo, com vermelhos, amarelos e azuis (transparentes
de vazios), depois,,,depois larguei o molde no voar ( pássaro de mim,
colibri-do-mar
)

porque a tranformação não tem nome, nem hora

Primeiro, pensei, com a sinceridade do instante que era o Fim, de um olhar, de um caminho, mas ( no final) o caminho não o tem, (Como um fio...