terça-feira, novembro 14

in sangue

Trinei na guitarra
( Raiva!),
de me ser assim,
( silêncios),
sons,
(d’ aço)…

Só assim me oiço,
( voz!)…

Toquei,
(sangues),
Golpes,
nos dedos-da-alma
(ferida!)…

Grito,
que se liberta
(perdido!)…

2 comentários:

Fragmentos Betty Martins disse...

Bom! Houve um pequeno engano. Deixei no post do "andar" de baixo o comentário do "andar" de cima :) por isso tive que o ir buscar para o seu devido lugar, Agora está tudo bem:)

Querido Almaro

(eu sei que é longo mas só assim faz sentido)

A noite líquida
oclusa vegetal
é um corpo longilíneo e desmembrado
flui como um rio de si mesmo alheio
flui e envolve pressagiando cárceres
a noite tem hoje uma atitude especial
com aves negrejando lentamente
neste desintegrar-se da memória

e eu sou uma alucinação rítmica
com um tempo corpóreo a devorar
um mar excessivamente
quieto na cabeça
excessivamente muscular e lúcido

a noite distribui pedaços de lua
aos farrapos na inconsciência dos prédios
sobre a cidade – a cidade louca
que desvairou nas minhas mãos – nos dedos
possuída de um candelabro antigo
a partir-se
um lampadário cristalino e rutilante
a quebrar-se com súbitos
estilhaços pela noite fora
em que o próprio – tempo – vai sangrando

Um beijo com carinho

almaro disse...

betty: achei engraçado falares da noite, quando eu me envolvo ( ou me perco) no dia,,,a minha raiva, o meu grito, o meu silêncio, a minha guitarra, nasce no dia, é no dia que o sangue se esvai, é no dia que vejo sombras, não na noite. na noite respiro-me, porque é nela que me sou por inteiro, que desenho cor, que me abraço nas palavras, é na noite que me aconteço e me concentro no ponto.

porque a tranformação não tem nome, nem hora

Primeiro, pensei, com a sinceridade do instante que era o Fim, de um olhar, de um caminho, mas ( no final) o caminho não o tem, (Como um fio...