pesam-me,
as linhas agarradas ao destino. teias sem cor que desenham angustias mascaradas de sorrisos. sombras…continuamente, sombras-afiadas, gumes-de-alma-ferida.
pesam-me,
os instantes contados ( re-contados e perdidos no nada, extinguidos sem tempos )…
pesa-me,
esta obrigação de os ver todos !
ah! como queria ser distraído e só os olhar (aos instantes) deformados no sonho, moldados na realidade do sentir…
mas,
aqui estou, (novamente, repetidamente) a olhar o vazio que me forja o eu, como se não soubesse já que o horizonte só se vê quando o procuramos!
pesam-me,
estes espinhos-de-petalas-de-rosas-com-perfumes-de-sol, como se a fantasia me mentisse deliberadamente ( em gozo de palhaço a fazer horas extra de espantalho de searas ao vento sul), este falso existir..
ah! porque sou ( apenas ) um somatório de instantes que não sei colorir?
não sou artista, nem poeta, nem cousa alguma, sou desenhador de sentires que em acasos brinca com o lápis de cor em forma de "olhar"
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2 comentários:
Querido Almaro
Olho
os instantes
que as horas
me oferecem
o rio
não consegue
aprisionar as pedras
pois – elas
movimentam-se lentamente
desejando tocar
as margens
no húmido pousio das garças
o silêncio
no íntimo
desprender da água doce
ponho o gume da sede
na ausência das palavras
Beijinhos
betty: penso ( vezes muitas, e em cadência acelerada){idade?} que olhar um instante é perder a sua essência, é ficar com o perfume ( ou cor) e não lhe sentir o calor ”… o rio não consegue aprisionar as pedras…” . Quando descobrir forma de no mesmo instante, reter, em cada um que me vive ( instante),{ lá estou eu com os círculos...} o perfume, a cor e o calor sentirei a serenidade que tanto procuro…
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