segunda-feira, dezembro 18

fragmentos

Fragmentos, de um vazio, de um nada, de uma ausência, de um desencontro…
É este o Natal que sinto. Menino ao longe. Perdido.
Ando a perder o Natal. Dia a dia, a esfumar-se na indiferença de já o não sentir.
Há tantos outros meninos a desnascer, que me perco na direcção dos olhos.
Calo-me no silêncio à procura dos fragmentos. Passos,,, de nuvem, ou de neve? Frios-de-sons.
Tenho tantas imagens no olhar que me dói o ver.
Cego,,, Sigo, no meu silêncio.
Oiço o sopro, o suspiro, a lágrima. Oiço a lágrima que ensurdece (arrefece?) a humanidade.
Aqui. Agora. Oiço cada um dos gritos, cada fragmento que morre sem a cor de um beijo, de um afecto. Fragmentos de meninos sem Natal.
O Natal desta nossa época fecha-se na família, (núcleo primordial da Humanidade).
Desenho lentamente no sentir, um outro Natal, em que o núcleo central seja a própria Humanidade, sem fragmentos, num único sorriso Universal a comemorar a Vida…

Vou estar ausente, no silêncio de mim, sem data de regresso, porque há silêncios (quase rios) que me sussurram ausências…



_________________________________________________________

o palhaço de D. Quixote andou a jogar futebol...coitado!!!!

3 comentários:

musalia disse...

um tempo sereno, é o meu desejo. o dia, em si, pouco significado tem. não se mudam atitudes por sorrisos de horas a que chamamos Natal. no dia seguinte voltamos a matar...
a esperança, os outros, a nós mesmos.

beijo grande.

almaro disse...

musalia:gosto do tempo sereno, onde o tempo pa~ssa ao mesmo ritmo do olhar e nem um nem outro se perde no vazio. obrigado por esse pedaço de serenidade que vais transmitindo no que escreves e no que és.
um beijo

BlueShell disse...

Um abraço ***
...e que encontres o que procuras....sim, porque eu sei que procuras algo...

Sempre
Blue Shell

porque a tranformação não tem nome, nem hora

Primeiro, pensei, com a sinceridade do instante que era o Fim, de um olhar, de um caminho, mas ( no final) o caminho não o tem, (Como um fio...