sexta-feira, janeiro 19

agarrar o dia, com dedos pinça, quase afecto, carícia e pintá-lo com pincel d’agua abraçado pelo sopro leve das asas do vento,

é brincadeira minha quando o dia nasce perdido na névoa…

acordei em dia, pintado de pedaços,
(destroços,
insangues
langues,
mornos,
distantes
),
peguei nele. embrulhei-o em papel (de Natal).
guardei-o. pendurado no nevoeiro que apareceu,
matreiro, a colorir o papel…
aguarela?
pastel?
amarelo-real, castanho-mel!

o dia voltou,,, (na noite a seguir)…

eu?
não quis ir…

preso no pólen
a desenhar borboletas
(quase cor, a girar em carrossel, sem girafas de papel)

fiquei,
estanque,
a ouvir as asas, em movimentos de pincel…
( já ouviram o que dizem as asas a voar d’uma borboleta, desenhada no pó do pólen de um nevoeiro, sorrateiro de brisas lazulis? já?
oiçam com olhar gigante! parece sereia a cantar saudades do amante, sopro de vento navegante,
reflexo,
lágrima de diamante…
)

1 comentário:

nobody disse...

É sempre um prazer desembarcar neste porto de palavras!

porque a tranformação não tem nome, nem hora

Primeiro, pensei, com a sinceridade do instante que era o Fim, de um olhar, de um caminho, mas ( no final) o caminho não o tem, (Como um fio...