quarta-feira, junho 14

ainda a cegeira escura que navega no (des)VER

Entrei numa Nau que rangia medos,
sem vela
nem ventos…
Quem a leva são os gritos,
os sonhos,
os mitos…
Caravela-caverna,
escura
cega,
dos olhos que fogem,
sem luz,
aflitos..

Construí um castelo,
no mar,
sem ameias nem muros,
( só de gaivotas,
a voar)…

São gritos de criança-fome,
almas esquecidas
a chorar,
que navegam perdidas
na dor do destino
que lhes suga o ar…

10 comentários:

Anónimo disse...

Muito, muito bonito:)

BlueShell disse...

Almas esquecidas...como esta que meu corpo veste....
Tinha de voltar...sabes?
beijo
BShell

BlueShell disse...

Não sei o que se passa comigo...não descolo daqui....

Jinho,
BS

Amita disse...

Muito tempo vagueei por aqui a ler-te. Do belo do imenso que encontrei levo um pouco comigo... e
te deixo uma flor e um doce sorriso

Fragmentos Betty Martins disse...

Querido Almaro

Como se estátuas de granito
fossem
desvanessem o relevo
com o tempo
assim
morrem
no tempo do silêncio
as verdades
que ao homem aparecem
às vezes no
relâmpago dum grito...

Um beijo grande

almaro disse...

ana: pode a tristeza ser bonita? é no fundo e na fronteira da pele, sentida, e é no sentir que avançamos no querer ir, e no querer mudar. Por isso gritamos a dor, por isso escrevermos a dor...

almaro disse...

blueshell: volta sempre, não há portas nem janelas neste navegar sem sentido

almaro disse...

Amita: leva contigo o que quiseres, tudo o que aqui escrevi tem a liberdade própria de navegar com o sentir. Leva o que se colar ao teu sentir, dá-lhe novas formas, novas cores...Leva todas as cores que se pintam entre o preto e o branco...

almaro disse...

nani: tem o ritmo de um batuque...de um grito soluçado entre lágrimas de quem já perdeu a esperança de um dia descobrir o prazer de um sorriso

almaro disse...

betty: lágrimas de pedra, duras, esculpidas de dor, sem forma, sem vida, cegas de amor.

porque a tranformação não tem nome, nem hora

Primeiro, pensei, com a sinceridade do instante que era o Fim, de um olhar, de um caminho, mas ( no final) o caminho não o tem, (Como um fio...