quarta-feira, junho 21

surrealismos por pintar, de uma viagem ao fundo, para de lá do centro

Passeei-me de chapéu-de-chuva, Preto, Erguido ao céu, Vertical, De fraque-pinguim e chapéu de coco.
Passeei-me, Todo, Negro de sombra. Levei-me nos passos, Na areia-oiro-de-sal ( ao sol ) para pintar de azuis as ondas-espuma, do mar (mas só as que mordem
e
morrem nas falésias
a
fingirem-se gigantes
).
Lá,
no fundo
do fundo,
(mas ainda no imediato do centro),
como quem foge da alma e do espaço,
desenhei UMA gaivota, Branca. Pintei-a com (in)TENSIDADE ( como quem cria A única gaivota, Que existe no olhar do Mar, Branca.)
No fim, já para de lá do Fundo, fechei o chapéu-de-chuva, Erguido à terra, Vertical, como quem procura o centro que se esqueceu no olhar…

4 comentários:

BlueShell disse...

Muitas ondas fingem-se gigantes apenas para impressionar o olhar de quem as quer pintar de azul...
Depois de teres pintado a única gaivota "que existe no olhar do mar - branca"...te ergueste, de novo, à terra nessa procura que é e será sempre tua!

Beijos ternos
Sempre, BShell

BlueShell disse...

Impressionante, Zé, a carga de sentidos que este texto tem: desde a verticalidade de um corpo "erguido ao céu",...que se passeia "negro de sombra"...até à horizontalidade de um mar...e à antítese com o negro - O BRANCO da gaivota...

A cada leitura...se descobrem novos sentidos!

Já quase me esquecia como é revigorante ler-te!

BShell

almaro disse...

Blueshell: tentei-lhe (dar?) todos os sentidos que a procura de um centro pode ter...na verdade, é apenas um esquiço de imagens para quando o quando, acontecer na serenidade de uma tela...

almaro disse...

nani: lagrima? no olho do mar? branca?
um beijo

porque a tranformação não tem nome, nem hora

Primeiro, pensei, com a sinceridade do instante que era o Fim, de um olhar, de um caminho, mas ( no final) o caminho não o tem, (Como um fio...