Um ponto, Um só ponto e eu parava, mas há em mim uma revolta de existir, de dividir, em mil cores as sombras que me acordam, Estilhaços de pó, Um atrás do outro, São o meu caminho, moldado ao vento.
Um ponto, um só. Final…
não sou artista, nem poeta, nem cousa alguma, sou desenhador de sentires que em acasos brinca com o lápis de cor em forma de "olhar"
quarta-feira, fevereiro 28
sexta-feira, fevereiro 23
ZECA
Simplesmente, recordo-te,
mais que o cantar,
o olhar doce de um menino-revolução,
recordo a tua figura de homem calmo que incendeia o mundo, mais que o poema,
recordo o homem que sentia a morte e se deixava ir na corrente da vida, com o coração...
"pamparariripam-pamparariripam, vamos cantar as janeiras, por esses quintais a dentro vamos, ás raparigas solteiras, pamparariripam-pamparariripam, pampampam..."
recordo o batuque dos teus olhos calmos a abalarem os alicerces do mundo e da hipocrisia, dos homens-poder,
recordo o homem-menino, mais que o poeta, mais que o trovador,
recordo o homem que se passeava em camisa de pescador e que libertava a liberdade ao som de uma guitarra-tambor…
recordo,
simplesmente o Homem…
Um abraço sentido, do zé para o Zeca*, homerm-menino que olhava a morte com a doçura de um sorriso…
*a Zeca Afonso, vinte anos depois...
mais que o cantar,
o olhar doce de um menino-revolução,
recordo a tua figura de homem calmo que incendeia o mundo, mais que o poema,
recordo o homem que sentia a morte e se deixava ir na corrente da vida, com o coração...
"pamparariripam-pamparariripam, vamos cantar as janeiras, por esses quintais a dentro vamos, ás raparigas solteiras, pamparariripam-pamparariripam, pampampam..."
recordo o batuque dos teus olhos calmos a abalarem os alicerces do mundo e da hipocrisia, dos homens-poder,
recordo o homem-menino, mais que o poeta, mais que o trovador,
recordo o homem que se passeava em camisa de pescador e que libertava a liberdade ao som de uma guitarra-tambor…
recordo,
simplesmente o Homem…
Um abraço sentido, do zé para o Zeca*, homerm-menino que olhava a morte com a doçura de um sorriso…
*a Zeca Afonso, vinte anos depois...
quinta-feira, fevereiro 22
Olhei uma palavra cheia de letras vazias, soprei-a e descobri uma pequena gota de um grito seco sem som, que corria, cega para o rio…guardei-a,
sem saber o que fazer dela...
Aqueci uma lágrima em fogo de alma, encontrei-a gélida de morte, entre as asas de uma gaivota, guardei-a bem fechada na minha mão, a passear-se na linha da vida...
Aqueci uma lágrima em fogo de alma, encontrei-a gélida de morte, entre as asas de uma gaivota, guardei-a bem fechada na minha mão, a passear-se na linha da vida...
quarta-feira, fevereiro 21
voa no silêncio da musica, uma musa de asas-luz, zumbe segredos, cristais magoados, martelados nos montados.
o vento (visível)
falou-me nos olhos
e esvaziou-me de todos os passos ( que não dei…
sonho?)
segredo que só eu sei
que não escrevi,
não desenhei ( cousa minha…
sonho?)
frágil,
sensível
vitral (invisível?)
estilhaços vagabundos,
palhaço-azul, com asas-de-bruma,
de um sonho ( impossível?)
falou-me nos olhos
e esvaziou-me de todos os passos ( que não dei…
sonho?)
segredo que só eu sei
que não escrevi,
não desenhei ( cousa minha…
sonho?)
frágil,
sensível
vitral (invisível?)
estilhaços vagabundos,
palhaço-azul, com asas-de-bruma,
de um sonho ( impossível?)
terça-feira, fevereiro 20
Insisto em ouvir o voar e fundir-me nas memórias que vou pintando devagar, sem desenho. Não é cousa de brincar…é caminho de existir...
Está um urso deitado ao sol em cinzentos nuvem…gosto de me passear em nuveares. Encontram-se todas as fantasias que os olhos desenham sem cor .
A imaginação só tem cor em reflexos, misturados nas sombras que nos falam em segredos (de memórias irrequietas).
A imaginação só tem cor em reflexos, misturados nas sombras que nos falam em segredos (de memórias irrequietas).
segunda-feira, fevereiro 19
A musica da pele, mistura-se no odor da canela e do cachimbo-fumo, em azuis prata que inventam rumos…
Oiço os tambores que trovejam em gritos de alma,
Suspiros de sereia que se finge papoila de areia-coral,
desenhada num mural,
por um poeta-pintor que perdeu o olhar e a dor,
ao apaixonar-se, por essa flor sem corpo,
sem tons,
sem cor…
Oiço as lágrimas-da-pele, que escorrem da saliva da chuva,
nesta noite escura,
nos abismos sem sons
que os sorve,
num golo só,
o mar que a envolve…
Suspiros de sereia que se finge papoila de areia-coral,
desenhada num mural,
por um poeta-pintor que perdeu o olhar e a dor,
ao apaixonar-se, por essa flor sem corpo,
sem tons,
sem cor…
Oiço as lágrimas-da-pele, que escorrem da saliva da chuva,
nesta noite escura,
nos abismos sem sons
que os sorve,
num golo só,
o mar que a envolve…
sexta-feira, fevereiro 16
O sol cai muitas vezes longe do azul, grávido d’horizontes. Nesses dias a gaivota só tem poesia de cinzentos...
por vezes penso ( ou procuro?)
o que se afasta de mim nos caminhos, entre-vazios, caídos num abismo de sentires…
por vezes fujo ( ou procuro?)
sentidos, fingidos de ventos…
por vezes escavo ( ou procuro?)
a escultura de uma sombra que se perdeu, escrava de ti…
por vezes procuro
nas letras que faço, o eu que há em mim…
o que se afasta de mim nos caminhos, entre-vazios, caídos num abismo de sentires…
por vezes fujo ( ou procuro?)
sentidos, fingidos de ventos…
por vezes escavo ( ou procuro?)
a escultura de uma sombra que se perdeu, escrava de ti…
por vezes procuro
nas letras que faço, o eu que há em mim…
terça-feira, fevereiro 13
assolou, em mim a estranha sensação de ter perdido o medo de cair, mas de o ter,( forte e incisivo) na vontade de me erguer...
Não sei
qual a verdade que se esconde na cal do labirinto que me sopra o vento,
se este céu que me rouba o ir,
se esta lágrima-de-chuva que me gela o sentir,
se esta andorinha que voa à procura de partir,
(Não sei porque insisto neste olhar vagabundo, como se fosse um desenho de criança por colorir…)
Ah, mas sei,
(sim sei)
o quanto vivo nesta ilusão de existir, seja qual for a verdade que descobrir…
qual a verdade que se esconde na cal do labirinto que me sopra o vento,
se este céu que me rouba o ir,
se esta lágrima-de-chuva que me gela o sentir,
se esta andorinha que voa à procura de partir,
(Não sei porque insisto neste olhar vagabundo, como se fosse um desenho de criança por colorir…)
Ah, mas sei,
(sim sei)
o quanto vivo nesta ilusão de existir, seja qual for a verdade que descobrir…
segunda-feira, fevereiro 12
vezes há que partimos na incerteza de irmos, firmes, inteiros presos na magia de não sermos ninguém…
Não queria estar aqui, sentado a voar sem mim,
( resta-me um fio,
cousa leve,
tecido de seda, preso aos olhos do universo)
mas estou, (aqui),
a varrer os fragmentos de pólen e das pétalas que partiram à deriva de mim…
( resta-me um fio,
cousa leve,
tecido de seda, preso aos olhos do universo)
mas estou, (aqui),
a varrer os fragmentos de pólen e das pétalas que partiram à deriva de mim…
quinta-feira, fevereiro 8
perdi o instante do tempo, ia distraído a pintar o céu de violetas. Tempestade do aqui, inteiro, sem mim…
O sol rasgou o céu e desfez-se em azuis, Só os pássaros o sentem, nos equilíbrios do vento
e as arvores, catedrais dos Deuses, fingem-se cristais, Sombras verdes a assobiar fantasias…
É assim o meu dia,
ser
na melancolia de me perder no instante que antecede o amanhecer…
e as arvores, catedrais dos Deuses, fingem-se cristais, Sombras verdes a assobiar fantasias…
É assim o meu dia,
ser
na melancolia de me perder no instante que antecede o amanhecer…
quarta-feira, fevereiro 7
nos tempos em que sonhava ao amanhecer, ouvia os sons da alma em formas de lágrima, vezes havia, que se transformavam num violino doido,
dorido, sofrido que desenhava histórias a fingir, e eu ia, não fingindo, fugindo,,,vivê-las...
Oiço-te, Chopim, desde o longe da memória,
violinos-de-sol de um menino-endiabrado…
Oiço-te, no sonho da história,
(fantasia minha, de ontem, de hoje, do agora)
agarrado à crina de um cavalo alado…
Oiço-te, violino-monge,
de olhos alagados,
em silêncios calados…
Violino-cigano
( piano?)
enfeitiçado…
oiço-te, nos passos, dados
d’uma bailarina de pano
que dança
no acordar de uma criança…
Oiço-te, Chopim, desde o longe da memória,
violinos-de-sol de um menino-endiabrado…
Oiço-te, no sonho da história,
(fantasia minha, de ontem, de hoje, do agora)
agarrado à crina de um cavalo alado…
Oiço-te, violino-monge,
de olhos alagados,
em silêncios calados…
Violino-cigano
( piano?)
enfeitiçado…
oiço-te, nos passos, dados
d’uma bailarina de pano
que dança
no acordar de uma criança…
segunda-feira, fevereiro 5
passeio no escuro a fantasia de ser o sol a brincar com aguarelas
Escondi a lua no olhar
e perdi-me no espelho,
a desenhar, (com o pólen,
fino
e colorido, das borboletas )
flores nocturnas ( cristais de prata)
numa noite sem estrelas....
e perdi-me no espelho,
a desenhar, (com o pólen,
fino
e colorido, das borboletas )
flores nocturnas ( cristais de prata)
numa noite sem estrelas....
quinta-feira, fevereiro 1
Por vezes perco-me quando encontro o mar. duvido tudo,,, só o som do búzio me sabe falar. Não diz, não cala, transforma-se em ar
Ah,,,fosse eu a raiva deste mar-animal
e
saberia de cor, a cor deste azul-sal
que se entranha,
estranho, no abismo que se fende
neste sonho, real
de ser nuvem-sangue,
que se passeia
cega
no areal…
( para que fique claro
e
não se duvidem das cores que pintam e dividem as palavras, o areal que se diz, está encoberto de sementes de girasol que alimentam o farol, de amarelos queimados pelas estrelas que dançam e velam lentos, quais bailarinas vestidas de lençóis, coloridas de ventos)…
e
saberia de cor, a cor deste azul-sal
que se entranha,
estranho, no abismo que se fende
neste sonho, real
de ser nuvem-sangue,
que se passeia
cega
no areal…
( para que fique claro
e
não se duvidem das cores que pintam e dividem as palavras, o areal que se diz, está encoberto de sementes de girasol que alimentam o farol, de amarelos queimados pelas estrelas que dançam e velam lentos, quais bailarinas vestidas de lençóis, coloridas de ventos)…
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