Oiço os tambores que trovejam em gritos de alma,
Suspiros de sereia que se finge papoila de areia-coral,
desenhada num mural,
por um poeta-pintor que perdeu o olhar e a dor,
ao apaixonar-se, por essa flor sem corpo,
sem tons,
sem cor…
Oiço as lágrimas-da-pele, que escorrem da saliva da chuva,
nesta noite escura,
nos abismos sem sons
que os sorve,
num golo só,
o mar que a envolve…
não sou artista, nem poeta, nem cousa alguma, sou desenhador de sentires que em acasos brinca com o lápis de cor em forma de "olhar"
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