quarta-feira, novembro 8

(In)definições desajeitadas do olhar

O Outono, é uma espécie de primavera das folhas. Matizes quentes de dias frios que choram lágrimas de nuvens (escuras).

( é
a estação das árvores, com sombras coloridas, reflexos de estrelas que se colam ás folhas que viajam…)

o equinócio das árvores-que-caminham, rastejantes no chão, sopradas na cor do sol-que-se-deita…)
( é
o sentir,,,vagabundo, das raízes que assobiam sussurros de terra húmida…

( nota: não gosto de definições, porque não gosto de limites, gosto de imagens, porque as imagens mudam consoante o ângulo, a luz, e o instante do sentir. Tudo o que escrevo, é por isso, uma (in)definição. Talvez um desenho, que se “esquiça” enquanto o olhar se perde no sentir... )

4 comentários:

Fragmentos Betty Martins disse...

Querido Almaro

Sobre as vastas águas
de verde transparente
cem barcas
competem em esforço
as águias golpeiam o espaço ilimitado
os peixes deslizam ligeiros
nas profundezas
sob um céu cristalino
todas as criaturas rivalizam-se em liberdade

ante tal imensidão
absorta pergunto-me:
nesta terra infinita - quem rege o surgir e o desaparecer?

aquando o meu olhar se perde na procura dum esquiço - [in]definição no sentir [in]seguro dum ponto de luz...

Beijinhos

almaro disse...

nani: não sei de que desenho falas, confundo quase todos, porque quase todos se pintam de Outonos. Gosto das cores como sabes, são cores que me vem da alma, são as cores com que me pinto por dentro. ( nada tem a ver com a tristeza com que normalmente se olha o Outono, mas com um equilibro sereno que as cores tomam, não agredindo,,,segredando, melodias e mistérios)

almaro disse...

betty: o inicio [surgir] e o fim[desaparecer], desligados não se encontram, não se tocam, num circulo são o UM...

almaro disse...

nani: dessa epoca??? curiosamente, (apesar de me viver em desmemoria), lembro-me de uns borrões coloridos nesses tons, mas nessa altura ( as coisas que eu me lembro!!!) tinha uma mandriice crónica e limpar o pincel era coisa que me dava um trabalho para o qual não estava psiquicamente disponível, ora como sempre me colei ao amarelo e ao vermelho, naturalmente que sem limpeza, os meus rabiscos pictóricos se transformassem rapidamente em Outonos...ehehehhe, resumindo eram cores de mandrião…

porque a tranformação não tem nome, nem hora

Primeiro, pensei, com a sinceridade do instante que era o Fim, de um olhar, de um caminho, mas ( no final) o caminho não o tem, (Como um fio...